Amigo imaginário




É frequente crianças entre dois e três anos de idade conviverem no seu dia a dia com um personagem fictício com os quais conversam, brincam, brigam e interagem de diversas outras formas. Este personagem é conhecido como amigo imaginário e tem um papel importante no desenvolvimento de algumas crianças.
O amigo imaginário desempenha inúmeras funções: é um apoio nos momentos de solidão, consegue rea­lizar o que para a criança é impossível e vivencia o que a criança gostaria de esquecer ou de lembrar. Freqüentemente tem defeitos e é o culpado por atitudes erradas praticadas pela criança. É o companheiro em momentos de brincadeiras e participa de longas conversas, de discussões e até de re­primendas.
É um companheiro fiel e solícito, disponível inclusive para auxiliar a criança a enfrentar alguns momentos de ansiedade, insegurança e medos, freqüentes em situações de mudanças importantes em sua vida.
Desde que esta relação não seja predominante na vida da criança, ou seja, além do amigo imaginário ela mantenha outras atividades típicas de sua idade, incluindo contato e interação com outras crianças e adultos, não há motivo de preocupação para os pais.
Inclusive a relação dos pais com o amigo imaginário do filho deve ser mais expectante e pouco participativa, no sentido de somente intervir nas conversas ou nas fantasias quando chamados a participar. Esta é uma relação bastante íntima da criança, sendo necessário lhe possibilitar oportunidades para desenvolvê-la a sua maneira.
Como se trata de algo importante para a criança, e inclusive para o seu desenvolvimento, os pais não devem desvalorizar, ridicularizar ou criticar o amigo imaginário e nem permitir que outros o façam.
Com o passar do tempo a criança vai abandonar o seu amigo imaginário. Quando elas tornam-se mais crescidas, alguns con­ceitos mágicos, tão belos, úteis e necessários, vão ficando para trás, pois não cabem mais dentro de um contexto mais maduro. Mas em certos mo­mentos fazem falta, mesmo quando se é adulto.
Jorge Montardo


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