LAÇOS MATERNOS - O PODEROSO VÍNCULO MÃE-BEBÊ
Ser um pai ou uma mãe bem-sucedidos significa muito trabalho árduo. Cuidar de um bebê ou de uma criança é uma atividade que toma 24 horas por dia, sete dias por semana e é sempre uma tarefa preocupante. E mesmo quando essa carga se torna um pouco mais leve à medida em que as crianças crescem e se desenvolvem bem, ainda assim requer muito tempo e atenção.
Se os novos pais querem compreender a tarefa de serem pais, devem ser capazes, primeiramente, de entender o bebê e as capacidades extraordinárias que traz consigo, ao nascer.
A mãe sensível entra rapidamente em sintonia com o ritmo natural de seu bebê e, por estar atenta aos detalhes de seu comportamento, descobre o que mais lhe agrada e se comporta de modo a satisfazê-lo. Ao fazê-lo, ela não somente o torna feliz como, também, obtém a sua cooperação. Porque, embora inicialmente a capacidade de adaptação do bebê seja limitada, não é de todo ausente e se for permitido que ele cresça em seu devido tempo, logo o bebê estará dando recompensas. Podemos seguramente concluir que os bebês são pré-programados para se desenvolverem de uma forma socialmente cooperativa, se isto ocorre ou não depende do modo como são tratados.
A proximidade da mãe, o contato físico e a voz são os veículos por meio dos quais se alimentam o sentido de segurança e o bem-estar psicológico da criança. Esses momentos oportunizam a formação do apego com o bebê. O psiquiatra infantil inglês John Bowlby definiu apego como um laço afetivo formado entre duas pessoas. Os comportamentos de apego do bebê incluem chorar, fazer contato visual, agarrar-se, aconchegar-se e sorrir, e promovem a manutenção ou o estabelecimento da proximidade com sua principal figura provedora de cuidados, a mãe, na maioria das vezes.
O comportamento de apego traz segurança e possibilita o desenvolvimento. Quando uma pessoa está apegada ela tem um sentimento especial de segurança e conforto na presença do outro e pode usar o outro como uma “base segura” a partir da qual explora o resto do mundo.
Aos poucos, a ligação inicial entre a mãe e seu bebê deve se transformar para dar ao filho a possibilidade de crescer, adquirir competências, segurança e uma identidade separada daquela da mãe. Neste processo, um papel importante pode ser desenvolvido pelo pai (ou por outra pessoa significativa para o bebê), triangulando a relação, alargando os horizontes da criança e sustentando-a em sua necessidade de explorar o mundo e de encontrar nele seu lugar.
Os efeitos de todo esse investimento são poderosos, o vínculo que o bebê forma nos primeiros meses vai se perpetuar e transparecer nos padrões de comportamento que ele terá mais tarde, em todas as relações pessoais e profissionais que estabelecerá ao longo da vida. É comprovado que as crianças com apego seguro nos primeiros anos de vida possuem auto-estima mais elevada, são mais empáticas, mais altruístas, e têm QIs mais altos na pré-escola e na escola primária. Também é menos provável que apresentem comportamento delinqüente na adolescência. Ou seja, vale a pena todo o esforço e o cuidado!
Artigo publicado no blog: Mães à Obra - www.maesaobra.com.br